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Primeira entrevista (no Brasil) com alguém que usou o pâncreas biônico

Anna Floreen, estadunidense da cidade de Boston, participou recentemente de uma das pesquisas mais de maior interesse para comunidade com diabetes. A pesquisa de desenvolvimento do pâncreas biônico, em outros países chamado de pâncreas artificial. Tivemos a oportunidade de conviver durante 2 semanas com a Anna Florence, que participou como Faculty do Young Leaders in Diabetes Programme da IDF (YLD-IDF) em Melbourne.  Anna diz que foi um prazer contribuir participando de uma pesquisa de algo tão promissor, mas admite que o melhor de tudo foi a LIBERDADE que experimentou. Segundo ela, era como se tivesse novamente o pâncreas funcionando e não precisava ficar se preocupando com o valor da glicemia, a alimentação, etc.


O equipamento em questão, é constituído por 1 equipamento central, parecido com um Iphone, que transmite e recebe informações dos demais, 2 bombas de insulina, 1 com insulina ultrarrápida e 1 com glucagon e 1 sensor contínuo de glicose. Assim, de acordo com o valor e a variação da glicemia o equipamento ajusta a liberação de ambos os hormônios, insulina e glucagon.

Anna passou 5 dias conectada ao equipamento. Pelo fato de ser uma pesquisa, com a intenção de testar se o pâncreas biônico é mesmo efetivo, Anna teve que fica hospedada em um hotel próximo ao hospital onde a pesquisa foi sediada e teve acompanhamento de uma enfermeira, que dosava sua glicemia a cada 2 horas, durante 24 horas. Outras limitações foram: 1) ela não podia se distanciar mais de 5 quilômetros do hospital durante esses 5 dias e 2) o equipamento leva 24 horas para se ajustar a cada pessoa (é incrível, é como se aprendesse em 24 horas as necessidades da pessoa!). Por esse motivo, durante essas primeiras 24 horas, Anna admite que sua glicemia ficou um pouco alterada (alta). 

Anna mostrando o pâncreas biônico durante sua sessão de exercícios.

É interessante saber que o equipamento não recebe programação de insulina basal, informações sobre a sensibilidade à insulina, nem sobre a razão insulina:carboidrato. A única informação que é introduzida no sistema de início é o peso da pessoa. Sabendo disso, é fascinante saber que, como a ideia era testar o pâncreas biônico é efetivo em todas as situações, Anna revela que praticou atividade física e comeu tudo o que queria, em qualquer quantidade (admite que muito do que comeu, não come normalmente)! E, ainda assim, sua glicemia ficou estável e dentro da meta, sem que ela precisasse contar carboidratos ou se preocupar com outro fator relacionado.

Mark Barone, Jen Hanson, Anna Floreen e Ronaldo Wieselberg
(dezembro de 2013)
É, sem dúvidas, a esperança de um tratamento intensivo mais efetivo e prático do que as opções atuais! Vamos torcer para que as pesquisas mostrem em pouco tempo que o pâncreas biônico é seguro e efetivo para todos e que torcer para que o preço não seja o maior empecilho para se beneficiar com o uso desse equipamento.

Blog da Anna Floreen, com mais informações: https://myglu.org/articles/day-1-bionic-pancreas-study

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