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DIABULIMIA: o que é, riscos e como tratar

Por Henrique Alves, Juliana Rodrigues, Leticia Pereira, Lilian Sabo e Isabela Cristina

Diabulimia é um transtorno alimentar que acomete exclusivamente pessoas com diabetes mellitus, usuárias de insulina exógena, em sua maioria do sexo feminino, durante a juventude. Assim como outros transtornos alimentares de fundo psíquico, a diabulimia pode estar associada a distúrbios da imagem corporal, isto é, mesmo pessoas magras podem apresentar esse tipo de transtorno por acreditarem que estão acima do peso.

http://empoweryourhealth.org/issue-1/Diabulimia-A-Life-Threatening-Approach-to-Thinness

A diabulimia tem como característica que a define a omissão ou redução das doses de insulina necessárias. Isso quer dizer que a pessoa com diabetes deixa de se aplicar ou reduz bastante a quantidade administrada de insulina. Com consequência de curto/médio prazo da hiperglicemia que se instala, há aumento na frequência e na quantidade de micção (urina), podendo haver desidratação, perda de massa muscular, fadiga intensa, hálito com um odor acentuado de acetona, confusão mental e quadro de cetoacidose, com risco à vida.

http://blog.joslin.org/2014/07/how-to-help-a-teen-with-diabetes-burnout-2/
Outras estratégias muitas vezes associadas por essa população à manipulação da insulina são: 1) prática excessiva de atividades físicas; e 2) comportamento alimentar compulsivo (consumo de grandes quantidades de comida de uma só vez), seguido por comportamento purgativo (vômitos provocados e/ou uso de laxantes e diuréticos para eliminar rapidamente os alimentos consumidos).

Quando as injeções de insulina são suspensas, o nível de açúcar no sangue fica elevado, o que faz com que a pessoa com diabetes apresente boca seca, precise urinar com mais frequência e, como consequência mais grave sofra de cetoacidose diabética. Em longo prazo, a hiperglicemia sustentada favorece o desenvolvimento de uma série de complicações como: insuficiência renal, perda da visão, dores em membros, disfunção erétil, entre outras.

Indivíduos acometidos inicialmente não reconhecem que têm o problema e recusam ajuda de outras pessoas. Por isso, deve ser objetivo do tratamento ajudar a pessoa a perceber que há algo de errado e que ela pode contar com seus parentes e profissionais de saúde para lidar com essa situação. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores as chances de sucesso, antes do agravamento da saúde do indivíduo acometido.

Nesses casos, além da família, é necessária a ação de uma equipe multidisciplinar, com participação de um psicólogo e/ou um psiquiatra, um nutricionista e o endocrinologista. Com isso, além das questões emocionais, estratégias para tratamento das consequências físicas do transtorno e uma dedicada reeducação alimentar são trabalhados. Cabe ressaltar, ainda, que grupos de apoio presenciais e mesmo virtuais podem ser de grande auxílio na aceitação e reconhecimento da condição, e busca de apoio e tratamento.

Para mais informações, além das referências abaixo, sugerimos o Grupo "Diabulimia e Diabetes" no Facebook e o Depoimento da Luciana Dotti Silva.

Referências

Associação de diabetes e transtornos alimentares. Nutrire, vol.36, n.Suplemento (11º Congresso Nacional da SBAN), p.176-176, 2011.  Disponível em: <http://www.revistanutrire.org.br/articles/view/id/4fc79e961ef1fa3569000006 >

Site da SBEM. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Acesso em: 01 jun. 2015. Disponível em: <http://www.endocrino.org.br/transtornos-alimentares-diabetes/ >

BARONE, Mark. Tenhodiabetes tipo 1, e agora? / Mark Barone, 3° edição: São Paulo: All Print Editora, 2013.

SBD-diretrizes 2014-2015. Sociedade brasileira de diabetes, Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, Grupo Editorial Nacional (GEN), p. 264-270. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br/images/2015/area-restrita/diretrizes-sbd-2015.pdf > acesso em 18 Maio. 2015.

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