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Qual é a melhor forma de ajudar alguém com diabetes?

Recentemente a revista Diabetes Forecast, uma das mais famosas e creditadas revistas em diabetes dos Estados Unidos, publicou na sua sessão de perguntas e respostas aos experts, uma entrevista com a psicóloga PhD, especialista em diabetes e co-fundadora do Behavioral Diabetes Institute, de San Diego, Dra. Susan Guzman. O assunto? Como melhor ajudar pessoas com diabetes

www.keepcalm-o-matic.co.uk/p/keep-calm-and-support-diabetes-1/
O tema é algo que constantemente surge em bate-papos e eventos relacionados à saúde do paciente com diabetes e sua família, além das redes sociais. Realmente, cada um entende a ajuda de uma forma diferente, e a comunicação é grande aliada nesse processo. As dicas da especialista poderão também auxiliá-lo a ajudar seu ente querido. 

O artigo enfatiza que ajudar pessoas com diabetes a mudar seu gerenciamento da condição pode ser complicado e é preciso encontrar um equilíbrio entre o incentivo e o apoio, sem entrar em críticas ou reclamações.

www.psicologiaeciencia.com.br/como-lidar-com-os-filhos/
O artigo começa com a seguinte pergunta de uma leitora: “Minha mãe têm 58 anos e tem diabetes, porém não consigo fazer com que ela siga o tratamento indicado pelo médico. Por favor, ajude-me!”
Susan responde primeiramente dizendo que existem algumas estratégias que podem ajudá-lo a conversar sobre as suas preocupações com a pessoa querida. Aqui estão elas:
  1. Planeje a conversa com antecedência. Escolha um momento calmo, e evite que seja quando um de vocês está chateado.
  2. Reconheça que o diabetes é difícil e requer uma série de mudanças no dia a dia.
  3. Compartilhe seus sentimentos. Deixe seu(ua) amado(a) saber que você está preocupado e quer ser útil.
  4. Pergunte o que você pode fazer para ajudar com o gerenciamento do diabetes. Sua idéia do que é ser útil pode ser diferente da do(a) seu(ua) amado(a). Se possível, tente ser específico sobre o que exatamente cada um de vocês vai fazer e... não fazer

É muito difícil assistir ao sofrimento de alguém que você se importa, para seguir com o controle/tratamento da sua condição. No final das contas, você pode servir como uma fonte de ajuda e encorajamento, mas, lembre-se, você só pode mudar seu próprio comportamento.

A psicóloga prossegue dizendo que é preciso entrar em contato com os seus próprios sentimentos quanto ao diabetes. O diabetes é uma condição que afeta não só o individuo, mas também toda a família, portanto você provavelmente enfrenta suas próprias frustrações e medos quanto a essa condição. Com isso, pode ser conduzido, sem perceber, a cair na cilada de virar o que a psicóloga chama de “polícia do diabetes”. Ser a "polícia do diabetes" significa que você pode estar invadindo os limites do outro com comportamentos como: 
  1. olhar o aparelho e checar as glicemias sem a autorização da pessoa;
  2. criticar em voz alta o que a pessoa está comendo, geralmente na frente de outras pessoas;
  3. tentar ajudar sem antes perguntar como pode ser útil;
  4. comentar de forma negativa se um resultado de glicemia não está como você esperava.
http://livinwithdiabetes.blogspot.com.br/2010/04/diabetes-police.html


Esses, entre outros, comportamentos trarão mais frustração também à pessoa com diabetes, pois é impossível manter valores perfeito da glicemia 24 horas por dia, sete dias por semana.

Em resumo, seu encorajamento e apoio são fundamentais, é apenas necessário que haja comunicação para que ambas as partes respeitem-se e se ajudem

O gerenciamento do diabetes é um grande trabalho que requer esforço a cada dia, e a família e os amigos desempenham um papel crítico nesse cuidado. Aquele com diabetes que tem alguém que o apóia e soma esforços, tende a ter resultados muito melhores do que quem tenta fazê-lo sozinho.


Fabiana Couto, coach e aconselhadora de desenvolvimento humano, pós-graduada em psicologia, portadora de diabetes tipo 1 há 23 anos e escritora do blog: www.criandoumfilhocomdiabetes.com 

Fonte: Revista Diabetes Forecast, Janeiro 2015. Entrevista com Susan Guzman, PhD,  que é psicóloga clínico especializada em diabetes e co-fundadora do Behavioral Diabetes Institute em San Diego. Disponível em: www.diabetesforecast.org/2015/jan-feb/whats-the-best-form-of.html (acesso 1/9/2015).

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