Pular para o conteúdo principal

Evitar a Lipodistrofia e Fazer o Rodízio MELHORA a GLICEMIA (cientificamente comprovado!)


A lipohipertrofia é um efeito colateral que pode acontecer em pessoas que utilizam a terapia com insulina. Trata-se de uma alteração tecidual e seu impacto na absorção da insulina e na variabilidade da glicêmica ainda não havia sido investigado sistematicamente.

Foto: María Riestra Fernández
www.casosclinicosdiabetes.com/fondo/lipohipertrofia-insulinica
O objetivo do estudo resumido aqui foi comparar os efeitos da aplicação da insulina subcutânea em regiões com lipohipertrofia e em regiões com tecido adiposo normal, no controle da glicemia pós-prandial e na absorção da insulina subcutânea em 13 pacientes com diabetes tipo 1.

Os pacientes receberam duas refeições com 75 g de carboidratos, separadas por pelo menos 6 h, cada uma acompanhada de uma única dose de 0,15 U/kg de insulina lispro, injetada antes da refeição começar em regiões com lipohipertrofia ou no tecido normal, de modo casual. 

A glicemia pré-refeição foi ajustada para 80 a 120 mg/dL. As concentrações das glicemias médias pós-prandiais foram significativamente aumentadas após a aplicação em regiões com lipohipertrofia (17% mais elevada nas primeiras 2 horas, 58% mais elevada em 2 a 5 h, 39% mais elevadas durante 5 h), resultando num aumento de 25% na glicemia máxima (193 mg/dL quando aplicada em região com lipohipertrofia vs. 154 mg/dL quando aplicada em região com tecido adiposo normal). A hipoglicemia pós-prandial (glicemia ≤ 50 mg/dL) ocorreu com menor frequência com as aplicações em regiões com lipohipertrofia (2 vs. 6 pacientes), ao passo que a hiperglicemia pós-prandial (glicemia ≥ 300 mg/dL) ocorreu apenas com a aplicação em regiões com lipohipertrofia (2 pacientes).

Os pesquisadores concluíram que a aplicação de insulina em regiões com lipohipertrofia leva a uma deficiência acentuada na absorção da insulina, resultando em deterioração do controle da glicemia pós-prandial comparada com a aplicação no tecido adiposo normal. Esses resultados reforçam a importância de uma boa técnica de aplicação, particularmente rodiziando os locais, e fornece a justificativa para que os pacientes evitem a aplicação de insulina em áreas com lipohipertrofia.

Fonte: L. Hirsch , U. Hövelmann , S. Famulla , L. Hermanski , A. Fischer , L. Heinemann , M. Kaltheuner , T. Heise. Insulin injection into regions with lipohypertrophy worsens postprandial blood glucose versus injections into normal adipose tissue || Abstract #911 www.medicalservices.com.br/atualizacao-cientifica/noticias-cientificas/detalhe-noticia-cientifica.aspx?NoticiaId=59812&id=430926 e www.easdvirtualmeeting.org/resources/insulin-injection-into-regions-with-lipohypertrophy-worsens-postprandial-blood-glucose-versus-injections-into-normal-adipose-tissue--2 

Nutricionista Deise Leandro Santiago
nutrideisesantiago@gmail.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Medindo a glicemia sem precisar furar o dedo

Ainda durante o congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA) de 2011 foram apresentados resultados de duas pesquisas muito interessantes, com formas não-invasivas e locais alternativos para se dosar a glicose . GlucoTrack -  www.integrity-app.com/description.html Em um deles a glicose foi dosada de forma indireta através das expiração dos indivíduos . Isto é, a composição do ar exalado por essas pessoas foi analisada e a quantidade de moléculas resultantes da presença de glicose no sangue foi identificada. Com isso, foi possível chegar a valores de glicose muito próximos aos valores da ponta-de-dedo (glicemia capilar) . Apesar de os primeiros resultados terem sido bastante promissores, ainda há desafios a serem superados. Entre eles estão: verificar em número maior de pessoas e em diferentes níveis de glicemia se a precisão se mantém, transformar o analisador da expiração em algo portátil e de fácil utilização, e deixá-lo com custo de aquisição e manutenção tã...

Falhou a Bomba de Insulina? Saiba o que fazer!

Isabela Calventi Cada vez mais pessoas usam bombas de infusão de insulina , seja por indicação médica, seja por opção própria. As bombas se mostram bastante confiáveis, mas, por serem equipamentos eletrônicos, também podem apresentar alguma falha.  Accu-Chek Combo www.accu-chek.com/microsites/combo/about-insulin-pumping.html Há tanto falhas resultantes do mau uso da bomba quanto aquelas ocasionadas pelo desgaste do equipamento. Algumas delas são fáceis de resolver, outras dependem de assistência do fabricante. O fato é que sempre se deve levar consigo uma seringa ou caneta de aplicação com insulina ultrarrápida , caso a bomba pare de funcionar.  As bombas atuais, quando detectam alguma falha no sistema, geralmente apresentam avisos de erro no visor. Caso isso aconteça com você, consulte o manual ou entre em contato com o fabricante através do 0800 (Medtronic: 0800 773 9200 ou atendimento.diabetes@medtronic.com , Roche/Accu-Chek:  0800 77 20 126). ...

Diabetes e Viagem Internacional

Se você está se preparando para uma viagem internacional , não deixe para organizar na última hora o que irá precisar para manter o controle do diabetes durante o tempo que for passar fora. P repare também ítens de segurança e burocráticos que facilitarão sua vida. Saiba como: A maioria das dicas fundamentais podem ser encontradas na seguinte publicação:  Vai viajar? Faças as malas sem esquecer da saúde... Além disso, abaixo separamos alguns documentos e informação que podem ser muito úteis. Modelo de carta de seu médico em inglês , descrevendo que você tem diabetes e que, por isso, tem que estar com todo o material para o controle do diabetes (listado na carta) com você (na bagagem de mão), durante todo o tempo. É fundamental que você tenha esta carta. Ela pode ser requesitada a qualquer momento, em especial em aeroportos. Travel Letter 1   ou Travel Letter 2 Documento  da American Diabetes Association  sobre viagens de avião com diabet...