No Congresso Mundial de Diabetes da IDF, em dezembro de 2011, uma das sessões mais interessantes foi a respeito dos avanços nas pesquisas para o desenvolvimento do pâncreas artificial. Ficou claro em tal sessão que diversas iniciativas de universidades, especialmente norte americanas e européias, têm buscado esse mesmo fim. Para tanto, os pesquisadores tem contado com financiamento público e apoio da maioria das empresas de bombas de insulina e sensores de glicose.
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http://www.nbc29.com/story/16105702/artificial-pancreas-operating-on-cellphone-tests-succesfully |
Mas o que mais chamou a atenção de quem esteve presente foi um protótipo de pâncreas artificial testado com sucesso na Europa. Na maioria dos testes anteriores os pâncreas artificiais eram testados em hospitais, com o paciente internado, já que o sensor e a bomba de insulina tinham que se comunicar com um computador que fazia os cálculos e determinava os níveis de insulina a serem liberados. Além disso, contavam com o acompanhamento constante da equipe de pesquisadores e equipe médica do hospital. A novidade agora foi que o programa, que permite fazer os cálculos para controlar os níveis de insulina e permitir que o sistema funcione como um pâncreas artificial, mantendo a glicemia estável, foi instalado com sucesso em um celular.
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http://www.diatribe.us/issues/38/conference-pearls.php |
O celular com sistema Andróide recebe as medições da glicose feitas pelo sensor e calcula a quantidade de insulina necessária para manter a glicemia estável em níveis adequados. Portanto, os testes realizados na Europa foram feitos fora do hospital. A pessoa pôde estar com esse celular em seu ambiente normal.
Apesar disso, é importante lembrar que os sensores atuais dependem de calibração. Portanto de fazer testes de glicemia mais de uma vez ao dia. Além disso, pelo fato de esse protótipo de pâncreas artificial não ser um pâncreas perfeito, ainda é necessário digitar no celular avisos de que você fará atividade física, ou se alimentará, para que ele possa calcular sua dose de insulina levando esses eventos em consideração.
Este modelo ainda conta, em sua tela principal, com dois "sinais de trânsito" para hipo e para hiperglicemia. Quando o circulo verde está aceso, significa que está tudo bem, e que o sistema do pâncreas artificial está dando conta do recado e mantendo sua glicemia adequada. Quando está amarelo, significa que algo pode estar saindo do controle, a glicemia está subindo ou descendo de forma inesperada, por exemplo. Caso o circulo vermelho acenda, este é um sinal para que alguma atitude seja tomada, já que o sistema talvez não consiga corrigir sozinho uma queda ou uma subida acentuada da glicemia.
Portanto, é animador vermos como a tecnologia está progredindo e as promessas de pâncreas artificiais para um futuro não muito distante. Enquanto esperamos pelo futuro, beneficiamo-nos com todo o avanço da tecnologia médica que já está disponível e que nos permite medir a glicemia em 5 segundo, e não depender mais de dosar glicose na urina; e usar canetas ou bombas de insulina, no lugar de seringas de vidro com agulhas longas e reutilizáveis.
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