Lembra-se de quando o médico te disse “você tem diabetes”, e o que você sentiu ao receber essa notícia?
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Sabemos que o momento do diagnóstico é sempre bastante difícil, as pessoas sentem uma perda muito grande ao descobrir que o diabetes não tem cura e exige tratamento e controle contínuos. Muitas pessoas nem sabem o que é diabetes.
Pensando nisso, a revista Diabetes Voice (setembro de 2014) perguntou a pessoas com diabetes tipo 1, tipo 2 e LADA o que elas gostariam que o médico tivesse dito na hora do diagnóstico. Conforme se percebe nos exemplos abaixo, a falta de informação pode não só deixar o diagnóstico mais difícil de lidar, como também complicar a vida das pessoas que o recebem.
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John Morrison, 73 anos, de Connecticut, relata que passou muitos anos com a glicemia alterada, mas o médico não dizia nem fazia nada. Depois de alguns anos, outro médico anunciou que ele tinha diabetes, ensinou-lhe a aplicar insulina e orientou para que voltasse ao hospital 3 vezes por semana para medir a glicemia. Nas consultas seguintes a única preocupação era ajustar a dose de insulina, mas nada outras informações sobre a disfunção.
Com a falta de conhecimento o Sr. Morrison deixava muitas vezes de se alimentar e até de se aplicar insulina. Quando perguntado, respondia que não tinha diabetes ou que não necessitava de insulina. A educação em diabetes começou quase de 20 anos depois das primeiras alterações na glicemia, ao ter um ataque cardíaco e passar por uma cirurgia de quatro pontes-de-safena. De forma irônica, quem levou informação ao Sr. Morrison, que hoje convive com diversas complicações, foram outras pessoas com diabetes e a mídia, e não os médicos.
Elizabeth Snouffer tem diabetes tipo 1 há 38 anos. O diagnóstico aconteceu quando desmaiou no colégio aos 12 anos, perdia muito peso, estava em cetoacidose diabética e precisou ficar na UTI. O médico, muito prestativo, levou-a de imediato para conhecer pessoas com complicações, incluindo um senhor sem uma perna e uma jovem com bandagem sobre os olhos. Aproveitou, ainda, para a informar que se não aplicasse insulina iria morrer mais cedo, mas, de qualquer forma, antes, ficaria cega, teria alguma amputação, não poderia ter filhos e teria sorte se passasse dos 35 anos de idade. Essas informações deixaram cicatrizes que levaram tempo até cicatrizarem. Mas, de forma corajosa, Elizabeth assumiu o compromisso de mudar seu prognóstico. Hoje, 38 anos depois do diagnóstico, ela tem uma filha de 14 anos e nenhuma complicação.
Os relatos são diversos, nenhum com um diagnóstico seguido de informações sensatas e educação adequada. Fica um alerta aos profissionais de saúde que precisam se atualizar e aprender a educação em diabetes. E, a quem foi dado o diagnóstico de forma despreparada, cabe buscar profissionais qualificados para um melhor controle e um futuro de saúde e sucesso. Saiba que você não está sozinho.
Por Deise Santiago
Nutricionista
Participante do 5º Treinamento de Jovens Líderes em Diabetes
Jamais esquecerei quando, há 18 anos atrás, me foi dada a notícia de que era diabética tipo1 e que teria de injectar insulina diariamente e várias vezes ao dia se queria sobreviver. Isto para mim foi um choque tão grande, tão grande, que nem consigo descrever bem. Para já não falar em me picar porque isto apavorava-me. O médico deu-me todas estas informações muito rapidamente, friamente, e nem sequer me fez uma demonstração de como me picar, eu não sabia como me picar e aplicar a insulina. A primeira vez que tive de o fazer recorri a uma amiga que trabalhava numa farmácia e que prontamente me auxiliou. A partir daí começei eu a aplicar a insulina, as canetas também facilitavam um bocado. Fiquei muito triste, aí uns 3 dias, perguntando porque é que isto me aconteceu a mim, eu não merecia, enfim... até que nestes pensamentos algo me disse que teria de o fazer se queria viver, e como eu queria viver tive de me adaptar. Adoptei hábitos de vida mais saudáveis dos que levava, como praticar desporto e alimentação mais cuidada e só fiquei a ganhar. Hoje em dia por vezes tenho hipoglicémias e deparo-me com profissionais de saúde com pouca informação de como tratar um diabético em situação de hipoglicémia. Como é possivel isto acontecer nos dia de hoje e com tantas pessoas diabéticas que há?
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